sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

DA POESIA MODERNA




O poema da mente no ato de encontrar

O que há de bastar. Não teve sempre

De encontrar: a cena estava armada; repetia o que

Estava no roteiro.




Então o teatro foi mudado

Para uma outra coisa. Seu passado um suvenir.

Tem de estar vivo, aprender a fala do lugar.

Tem de encarar os homens do tempo e encontrar

As mulheres do tempo. Tem de pensar na guerra

E tem de achar o que bastará. Tem de

Construir um novo palco. Tem de estar nesse palco

E, como um ator insaciável, lentamente e

Com meditação, dizer as palavras que no ouvido,

No delicadíssimo ouvido da mente, repitam,

Exatamente, aquilo que se quer ouvir, ao som

Do qual uma audiência invisível escuta,

Não a peça, mas a si mesma, expressa

Numa emoção como de duas pessoas, como de duas

Emoções tornando-se uma. O ator é

Um metafísico no escuro, tangendo

Um instrumento, tangendo uma corda tensa que dá

Sons que assumem repentina correção, de todo

Contendo a mente, abaixo da qual não poderá descer,

Além da qual não tem vontade de subir.





Tem de

Ser o encontrar de uma satisfação, e pode ser

Um homem patinando ou uma mulher dançando, uma mulher

Penteando-se. O poema do ato da mente.
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