quinta-feira, 7 de junho de 2007

Na Cabaça de Iago e Lud II - Poemas do livro Clau - Alberto da Cunha Melo

Poemas do livro Clau - Alberto da Cunha Melo


Definições


Clau não é uma árvore,
não tem ramos
torturados pelos ventos,
nem folhas que já nascem
em seu precipício;
Clau não tem heras
ou limos que possam
torná-la antiga:
é começo dela
e das coisas
que jamais
cansam de começar.



Ameaças


Toda vez que subo
nessas minhas
altitudes máximas
(além do nível do bar)
e mergulho de cabeça,
tripa e tudo
nessas minhas
profundidades (também) máximas
(além do nível do lar),
o rosto de Clau
está lá em cima
e lá em baixo
me deslumbrando, sozinho!
— Quem é Clau?
(pergunta um burríssimo
PHD em Estética)
e ninguém pode salvar
seus pobres alunos.



Sugestões


Quero dezembros,
sou louco por dezembros,
e por uma mulher
chamada Cláudia,
filha de Oxum,
a de cabelos montanhosos,
de longa paciência
para suportar
minha vontade de morrer;
quero dezembros de verdade,
fins de dezembros,
com as pessoas correndo
atrás
de suas almas perdidas.

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