quarta-feira, 23 de maio de 2007

Na Cabeça de Yulo Castro




Amor idealizado

Yulo Reinel de Castro



Desfaz-se do antigo dentro da moda

Não é loucura abrandar o coração do louco

Metódico, forasteiro.

Alma permeável em total demasia

União (in)dispensavelmente variada

A conciliação que gera a fuga

Gira em torno de nós, novamente

Como pôde? Novamente?

Face a face

Trocar de pele para enriquecer ainda mais vossa fábula

essa epidemia vem e vai a despeito da consciência

O que diferencia é a facilidade para mentir

Fácil quando em dúvida, mais uma vez, minta





Anjo Negro

Yulo Reinel de Castro


Diga-me, caro anjo negro

Sou um demônio em roupas celestiais?

Um outro Ser, que supremo, cria a minha melancolia?

O que tenho que me assusta e fascina tanto?

Lave-me com tuas lágrimas

Liberte-me dos meus medos

Mate a minha sede com seu sangue

Mostre-me o sentido da vida e depois, bem depois, o da morte

Nada posso ver

Contemplando um céu negro

Envolto de um mórbido mistério

E nada encontro

Te peço apenas que me salve

e me livre do triste fado das minhas existências

Só você pode acabar com meu suplício

Me acolha embaixo das suas asas

Corte os fios que ainda me prendem a este mundo

Me guie até o mais profundo dos infernos

E quando o último raio de sol se perder em meio à escuridão

Me invada com seu amor

Para que eu possa voltar a crer em um sentido

Para viver sob a insuportável leveza que é

Viver acima do inferno.




Reveillon

Yulo Reinel de Castro


Comemorei com um gole de Champagne que me cortou a garganta

Não ouviram meus gritos?

Sentiram meu desespero!

Pensavam que estava morto ou indo para o encontro

Mas os meus olhos se voltavam para dentro do homem,

Aquele que ganhou o mundo fugindo do que era ou do que almejava ser

Não se enxergava

Pois estava mais perto do que pensava que fosse o próprio

Talvez mais esperto que si

-Um inimigo dos mais fiéis amigos-

Sorrisos e frases de "vida bela"

Vitórias ao acaso

Ganhando elogios que escondem o que há por trás dos acertos



Father And Son

Cat Stevens

It's not time to make a change
Just relax, take it easy
You're still young, that's your fault
There's so much you have to know
Find a girl, settle down
If you want, you can marry
Look at me, I am old
But I'm happy


I was once like you are now
And I know that it's not easy
To be calm when you've found
Something going on
But take your time, think a lot
I think of everything you've got
For you will still be here tomorrow
But your dreams may not


How can I try to explain
When I do he turns away again
And it's always been the same
Same old story
From the moment I could talk
I was ordered to listen
Now there's a way and I know
That I have to go away
I know I have to go


It's not time to make a change
Just sit down and take it slowly
You're still young that's your fault
There's so much you have to go through
Find a girl, settle down
If you want, you can marry
Look at me, I am old
But I'm happy


All the times that I've cried
Keeping all the things I knew inside
And it's hard, but it's harder
To ignore it
If they were right I'd agree
But it's them they know, not me
Now there's a way and I know
That i have to go away
I know I have to go


Serafim e Seus Filhos

Ruy Maurity


São três machos e uma fêmea, por sinal Maria
Que com todos se parecia
Todos de olhar esperto para ver bem de perto
Quem de muito longe é que vinha
Filhos de dois juramentos, todos dois sangrentos
Em noite clarinha
Ê A Ô
O João quebra côco
Mané Quindim, Lourenço e Maria


Noite alta de silêncio e lua
Serafim o bom pastor de casa saía
Dos quatro meninos, dois levavam rifles
Outros dois levavam fumo e farinha


Bandoleros de los campos verdes
Dom Quixotes de nuestro desierto
Ê A Ô

Serafim bom de corte
Mané, João, Lourenço e Maria


Mas o tal Lourenço, dos quatro o mais novo
Era quem dos quatro tudo sabia
Resolveu deixar o bando e partir pra longe
Onde ninguém lhe conhecia
Serafim jurou vingança
Filho meu não dança, conforme a dança
Ê A Ô

E mataram Lourenço
Em noite alta de lua mansa


Todo mundo dessas redondezas
Conta que o tal Lourenço não deu sossego
Fez cair na vida sua irmã Maria
E os outros dois matou só de medo
Serafim depois que viu o filho Lobisomem
Perdeu o juízo
Ê A Ô
E morreu sete vezes
Até abrir caminho pro paraíso

5 comentários:

Yulo Karo disse...

Anjo Negro é piegas que nem a maioria das coisas de Alan Poe... menos O Corvo...

JAN JOHANN REINEL DE CASTRO disse...

YULITO, NÃO SABIA DESTE SEU LADO.
MUITO BOM

PARABÉNS

JAN JOHANN REINEL DE CASTRO disse...

EU QUERO FAZER POESIA TAMBÉM

Lara disse...

Foi Lula que escreveu?

None disse...

O mistério tem sempre algo muito interessante.