Escravo em Papelópolis
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
"Ó burocratas!
Que ódio vos tenho, e se fosse apenas ódio...
É ainda o sentimento
Da vida que perdi sendo um dos vossos."
Busque Amor novas artes, novo engenho
CAMÕES
Busque Amor novas artes, novo engenho,
para matar-me, e novas esquivanças;
que não pode tirar-me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
andando em bravo mar, perdido o lenho.
Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.
Que dias há que n'alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei porquê.
LINKS:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Drummond_de_Andrade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Vaz_de_Cam%C3%B5es
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